sábado, 14 de maio de 2011

Depoimento de um Suicida

Espero o tempo passar, vejo a morte chegar.
Meus pensamentos borbulhando, chegando ao topo de minha sabedoria.
...
Vejo apenas luzes, n'uma completa escuridão.
E quando dou por mim, estou aos prantos.
Tentando encontrar um sentido para a vida.
Apenas um motivo para continuar de pé.
...
Não vejo ninguém, o telefone não toca.
Não consigo mais pensar em nada.
...
Um gemido surdo, único.. um baque no chão de madeira.
Vermelho a escorrer pelo meu peito.
Melado, já gelado.. não tem mais volta.
Mas a dor apenas começara.
...
Me vejo de camarote, estendido no chão.
Vultos se aproximam de minh'alma.
O medo toma conta de mim, penetrando minhas entranhas.
A lucidez some de vista a passos largos.
...
A porta se abre.
Um grito de dor, desesperado.
Minha mãe se estende sobre meu corpo inerte.
Dizendo NÃO!! O que fizeste meu filho? NÃO! NÃO!!
...
Não posso ver aquilo.
Uma escuridão maciça toma conta de tudo.
Agora só berros.. de desespero, sofrimento.
Encontro-me no Vale dos Suicidas, uma prisão à qual condenei a mim mesmo.
...
Após doze anos em meu próprio inferno, pude compreender o verdadeiro sentido da vida.
Não se pode fugir de si mesmo.
Pensem duas vezes.
Sejam felizes.

S@muel B@hi@ Ar@újo