quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Apenas um sonho

Olho pro céu, contemplando a noite.
A esperança de que as últimas horas fossem apenas sonho se esvai, vagarosamente.
As lembranças me atormentam e me embaralham os sentidos.
Tudo corria bem. Nada era capaz de atrapalhar; nem incêndio, nem tempestade.

Palavras de extremo são descuidadas, eu deveria prever.
Assim sendo, o silêncio fez, em pó, as estruturas blindadas.
Empolguei-me, tenho de admitir.
Como não? Penso, contudo.
A vida é assim. Prossigamos, pois; como diria um velho amigo.

Tímida luz cumprimenta-me, ao longe.
Baixo os olhos e me escondo num canto.
O breu não fora uma escolha sábia.
Ali permaneço, todavia.

O pensar me desvia de meus medos. Leva-me ao mundo real que, em sonho, sou privilegiado a sentir, no ínterim de minha presente existência.
A reflexão conforta-me a alma e possibilita-me enxergar os verdadeiros motivos.
- “Seja forte, meu filho, seja forte!”

Acordo de meus devaneios e tal fala pulsa em meu consciente.
As cenas vistas se foram, como costura desfeita por fio solto.
Sensações impregnaram-me, porém, e a fala do velho ainda lateja em minha mente.
Devia, eu, reconsiderar os planos.

Pego de assalto, desperto em minha cama.
Suando frio, abro os olhos, ofegante.
Não vira o passado, decerto. A imaginação alertara-me por gracejo e o porvir me espera paciente.
Tudo tem o seu tempo. Precipitações são dispensáveis.
Cabe, contudo, considerar, que a espera não se faz eterna, tampouco passiva.

S@muel B@hi@ Ar@újo – 29/01/2014

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