Olho pro céu, contemplando a noite.
A esperança de que as últimas horas
fossem apenas sonho se esvai, vagarosamente.
As lembranças me atormentam e me
embaralham os sentidos.
Tudo corria bem. Nada era capaz de
atrapalhar; nem incêndio, nem tempestade.
Palavras de extremo são descuidadas, eu
deveria prever.
Assim sendo, o silêncio fez, em pó, as
estruturas blindadas.
Empolguei-me, tenho de admitir.
Como não? Penso, contudo.
A vida é assim. Prossigamos, pois; como
diria um velho amigo.
Tímida luz cumprimenta-me, ao longe.
Baixo os olhos e me escondo num canto.
O breu não fora uma escolha sábia.
Ali permaneço, todavia.
O pensar me desvia de meus medos. Leva-me
ao mundo real que, em sonho, sou privilegiado a sentir, no ínterim de minha
presente existência.
A reflexão conforta-me a alma e
possibilita-me enxergar os verdadeiros motivos.
- “Seja forte, meu filho, seja forte!”
Acordo de meus devaneios e tal fala
pulsa em meu consciente.
As cenas vistas se foram, como costura
desfeita por fio solto.
Sensações impregnaram-me, porém, e a
fala do velho ainda lateja em minha mente.
Devia, eu, reconsiderar os planos.
Pego de assalto, desperto em minha cama.
Suando frio, abro os olhos, ofegante.
Não vira o passado, decerto. A
imaginação alertara-me por gracejo e o porvir me espera paciente.
Tudo tem o seu tempo. Precipitações são
dispensáveis.
Cabe, contudo, considerar, que a espera não
se faz eterna, tampouco passiva.
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S@muel B@hia Ar@újo