Pedra
e Flor
A
flor nasceu delicada
Exalando
um perfume único
A
cada brisa, sorria
A
cada ofensa, sofria
O
sofrimento lhe causava dor
A
dor rasgava parte dela
Mas,
a cada novo dia, sua esperança se renovava e,
Logo,
ela se refazia
Voltava,
portanto, a sorrir
Recolhia
o choro e entoava o canto
Seu
peculiar perfume se espalhava a longa distância
Mas
a cada nova ofensa, ela se reprimia
Passou
a observar a pedra
Mesmo
que chutada ou jogada, nada sentia
Nem
um pouco sofria
Talvez
fosse orgulho ou rebeldia
A
flor, de tanto admirá-la,
Sonhou
que nascera pedra
De
início sentiu-se radiante
Podia
ser chutada e jogada, que não se importava
Em
pouco tempo, porém,
Sentiu
falta de seu perfume
Não
mais entoava seu canto
Voltava,
pois, a seu pranto
Sentia
falta de sua alegria
As
ofensas não mais lhe rasgavam parte
A
frieza, contudo, tolhia-lhe a esperança
O
sofrimento não mais ensejava aprendizado
Triste
e cabisbaixa
Chorando
baixinho e de mansinho
A
flor, ao longe, ouviu
O
canto de um passarinho
Despertou
de seu sono profundo
Sentiu
o sol alimentar-lhe a alma
E
ao perceber que era flor
Entoou
seu canto e sorriu em júbilo
Compreendera,
pois, sua sina
Não
era, mais, uma flor menina
Por
mais que ofensas sofresse
Orou
ao céu e agradeceu consciente
Não
era flor por acaso
Não mais faria descaso
Daí
em diante, faria sua própria sorte
A
cada ofensa recebida, se faria mais forte.
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S@muel B@hia Ar@újo