terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Pedra e Flor

Pedra e Flor

A flor nasceu delicada
Exalando um perfume único
A cada brisa, sorria
A cada ofensa, sofria

O sofrimento lhe causava dor
A dor rasgava parte dela
Mas, a cada novo dia, sua esperança se renovava e,
Logo, ela se refazia

Voltava, portanto, a sorrir
Recolhia o choro e entoava o canto
Seu peculiar perfume se espalhava a longa distância
Mas a cada nova ofensa, ela se reprimia

Passou a observar a pedra
Mesmo que chutada ou jogada, nada sentia
Nem um pouco sofria
Talvez fosse orgulho ou rebeldia

A flor, de tanto admirá-la,
Sonhou que nascera pedra
De início sentiu-se radiante
Podia ser chutada e jogada, que não se importava

Em pouco tempo, porém,
Sentiu falta de seu perfume
Não mais entoava seu canto
Voltava, pois, a seu pranto

Sentia falta de sua alegria
As ofensas não mais lhe rasgavam parte
A frieza, contudo, tolhia-lhe a esperança
O sofrimento não mais ensejava aprendizado

Triste e cabisbaixa
Chorando baixinho e de mansinho
A flor, ao longe, ouviu
O canto de um passarinho

Despertou de seu sono profundo
Sentiu o sol alimentar-lhe a alma
E ao perceber que era flor
Entoou seu canto e sorriu em júbilo

Compreendera, pois, sua sina
Não era, mais, uma flor menina
Por mais que ofensas sofresse
Orou ao céu e agradeceu consciente

Não era flor por acaso
Não mais faria descaso
Daí em diante, faria sua própria sorte
A cada ofensa recebida, se faria mais forte.

S@muel B@hi@ Ar@újo – 14/01/2014

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